Após vizinhos notarem odor de carne podre polícia encontra cativeiro com crianças

Na madrugada de quinta-feira (2), a cidade de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi palco de uma terrível descoberta.

Após denúncias de um odor forte semelhante a carne em decomposição, a Polícia Militar (PM) encontrou pequenos cubículos com camas, sugerindo um possível cativeiro de crianças.

A operação começou após a advogada Andrezza Araújo, representante de Katia Cristina, mãe de dois meninos já resgatados em situação de desnutrição extrema no bairro Lagoinha, em Belo Horizonte, alertar as autoridades.

A denúncia foi reforçada por moradores locais, que também notaram o cheiro insuportável vindo do terreno.

Cubículos, denúncias e relatos assustadores

O local, descrito como um terreno isolado, abrigava compartimentos improvisados e trancados por telhas.

Uma vizinha, Viviane do Nascimento Pereira Santos, que havia denunciado anteriormente as condições degradantes, acompanhou a operação policial.

Ainda abalada, ela descreveu a experiência como “horripilante”:

“Quanto mais eu andava pelo sítio, mais coisas horríveis encontrava. Nunca presenciei algo assim.”

Durante as buscas, que envolveram pelo menos 20 militares, surgiram indícios de que outras crianças poderiam ter sido mantidas em cárcere privado na área.

No mesmo local, foi registrado anteriormente o assassinato de um menino de 4 anos, espancado até a morte.

Resgate e estado de saúde das crianças

Os irmãos resgatados em fevereiro, com idades entre 6 e 9 anos, foram internados em Belo Horizonte com sintomas graves de desnutrição.

Segundo informações obtidas por uma fonte que preferiu permanecer anônima, as crianças ainda estão hospitalizadas e recebem cuidados intensivos para reaprender a se alimentar.

Elas passaram dias sem comer antes do resgate, após a suposta avó, responsável por eles, desaparecer sem deixar pistas.

No dia do salvamento, uma vizinha relatou que um dos meninos pediu comida através de um buraco no muro enquanto ela fazia churrasco.

Este gesto desesperado deu início a uma série de investigações que culminaram na descoberta do cativeiro.

Suspeitas sobre a mãe das crianças

Katia Cristina, mãe das crianças resgatadas, está presa sob acusação de espancar até a morte o filho mais novo, de 4 anos.

Ela é suspeita de manter os outros filhos em condições sub-humanas, o que intensifica a gravidade do caso e levanta questões sobre a rede de proteção social local.

Busca por mais respostas

A polícia segue investigando as possíveis conexões entre o cativeiro descoberto em São Joaquim de Bicas e os casos anteriores de maus-tratos.

Apesar das buscas noturnas no terreno, a visibilidade limitada dificultou a operação. Uma nova etapa da investigação, agora com o uso de cães farejadores, foi iniciada para localizar possíveis vítimas e evidências adicionais.

Comoção e alerta para a sociedade

Este caso gerou grande comoção na comunidade local e acendeu um alerta sobre a necessidade de fortalecer políticas públicas para proteção de crianças em situações de risco.

Especialistas em direitos infantis reforçam a importância de campanhas de conscientização e maior envolvimento da sociedade em denúncias de abusos e negligências.

A operação segue como prioridade para as autoridades, que buscam justiça para as crianças vítimas de um cenário cruel e desumano.

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