A ciência explica o que acontece no cérebro de alguém que reclama muito

A reclamação excessiva pode estar relacionada a disfunções cerebrais, conforme sugerem estudos recentes.

Quando nos deparamos com problemas e não sabemos como lidar com eles, é comum estimularmos pensamentos negativos, que podem levar a comportamentos ainda mais prejudiciais.

A relação entre nossos pensamentos e atitudes possui um lado positivo, pois podemos aumentar nossa inteligência, aprender novas habilidades, combater danos cerebrais e traumas, desenvolver inteligência emocional e evitar comportamentos, crenças e hábitos prejudiciais.

No entanto, problemas surgem quando não sabemos lidar com situações difíceis.

O renomado neurocientista Dr. Michael Merzenich explica que hábitos positivos geram pensamentos grandiosos, enquanto maus hábitos prejudicam nosso cérebro.

Segundo Alex Korv, Ph.D. e autor do livro “The Upward Spiral”, a depressão não indica um problema estrutural no cérebro, mas está relacionada à forma como o cérebro lida com o estresse, planejamento, hábitos, tomada de decisão e outras situações.

Uma vez que um padrão de comportamento se estabelece, ele causa diversas alterações no cérebro.

A neuroplasticidade pode ser tanto o problema quanto a solução nesse contexto.

Imagine uma pessoa constantemente negativa, insatisfeita com diversas coisas.

Essas pessoas costumam reclamar com frequência, o que acaba irritando parentes e amigos.

É importante compreender e tratar esse comportamento em vez de puni-lo.

Pesquisadores da Universidade Clemson demonstraram empiricamente que todos nós reclamamos ocasionalmente, mas algumas pessoas reclamam muito mais do que outras.

Os reclamões geralmente se enquadram em três grupos:

Os que buscam atenção: Essas pessoas buscam atenção por meio de reclamações, agindo como se estivessem em uma situação pior do que os outros.

Geralmente, são ignoradas pelas pessoas atentas para evitar desperdício de tempo e energia.

Reclamões crônicos: Essas pessoas vivem constantemente reclamando.

A ruminação, como os psicólogos chamam esse comportamento compulsivo, está diretamente relacionada a um cérebro deprimido e ansioso.

Se não estão reclamando, estão pensando nisso.

Reclamões com baixo QE (Quociente Emocional):

Esse grupo tem baixo QE e não se interessa pela perspectiva, pensamentos ou sentimentos dos outros.

Eles apenas querem desabafar sempre que tiverem a oportunidade.

A maioria das pessoas negativas não deseja se sentir assim, mas não conseguem controlar seu comportamento diante de pensamentos negativos, o que gera ainda mais pensamentos prejudiciais.

Nosso cérebro possui um viés de negatividade, ou seja, tende a se concentrar mais em circunstâncias negativas do que positivas.

Estímulos negativos produzem mais atividade neural e são percebidos com mais facilidade.

Ao nos concentrarmos repetidamente no negativo e reclamar, estamos reativando os neurônios responsáveis pelo viés da negatividade, o que reforça o comportamento negativo por meio da repetição.

Por isso, é importante neutralizar os pensamentos negativos. A meditação e a prática da atenção plena são fundamentais nesse processo.

Pesquisas conduzidas por Barbara Fredrickson, pesquisadora de psicologia positiva da Universidade da Carolina do Norte, mostraram que as pessoas que meditam diariamente apresentam mais emoções positivas do que aquelas que não meditam.

Portanto, é recomendado incorporar a meditação em nossa rotina diária.

Após aprender os fundamentos da meditação, como o foco na respiração, é possível criar um cronograma diário.

Quinze ou 20 minutos de meditação diária podem fazer uma grande diferença em nossa vida.

No entanto, é importante lembrar que este artigo é apenas informativo e não substitui a consulta a um especialista.

Sempre consulte seu médico para obter orientações personalizadas sobre qualquer questão relacionada à saúde mental.

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